segunda-feira, 21 de março de 2011

A Governadora Civil do Distrito de Évora Falta à Verdade

Ao fim de três meses de sofrimento de muitas famílias, devido à falta de transporte de doentes não urgentes, veio a terreiro, não sabemos se da cidadã Fernanda Ramos se da Governadora Civil do Distrito de Évora, um comunicado à população. Contudo o Movimento de Utentes de Saúde Publica do Distrito de Évora (MUSP) ficou estarrecido e chocado com tal texto e responderá ao cargo institucional e politico que a senhora desempenha.
A Governadora Civil, como é seu hábito, usa de uma habilidade que lhe é muito peculiar, mistura “alhos com bugalhos” para se desviar do que é objectivo. Não vale a pena misturar a plataforma informática para os transportes de doentes com a questão central que é o corte das credenciais aos doentes. Diz a Governadora Civil no ponto 4 da sua missiva que o Despacho está suspenso ou a senhora não acredita no que escreve ou então andam a brincar com os doentes.
Os factos da realidade que vivemos, é que centenas de doentes com as mais diversas terapias que precisam de apoio para fazerem os seus tratamentos a quem foi negada a respectiva credencial. Saberá a senhora o que significa para uma pessoa acamada mandarem-na deslocar-se em transporte público? Ou um jovem com uma doença degenerativa que só pode ser transportado em ambulância para vir deitado e não lhe passam a credencial, pessoas que foram transplantadas ao fígado e a pulmão e negam-lhe a credencial. Em média no Distrito de Évora as credenciais estão reduzidas a menos de 30%. Porque vem dizer que está o Despacho suspenso? Sabe a senhora que foram reduzidas drasticamente a passagem de credenciais de transporte a doentes não urgentes, se foi apenas aplicado a alínea a) do referido despacho, ou seja, em caso que clinicamente se justifique, não seria uma redução tão acentuada! Ou será que existe mais alguma circular ou algum tipo de norma interna, a qual nós desconhecemos? Porque o que transparece, é a existência da falta de autonomia clínica por parte dos profissionais de saúde, reflectindo-se nos mesmos algum receio na passagem das credenciais.
A senhora Governadora Civil ignora o sofrimento de todos os nossos concidadãos! A ironia do seu texto despreza o valor mais elementar do ser humano, que é o direito à vida. Direito á vida com dignidade, a senhora sabe, mas não o diz, estas medidas têm como objectivo reduzir custos, mesmo que isso custe a vida das pessoas. Nós temos em nosso poder relatos chocantes de pessoas que deixaram de serem tratados ou de ir às consultas por não terem meios para o fazer. Mas a senhora também tem essa informação basta pedir a redução das consultas verificadas no hospital.
Para nós as pessoas não são números, para nós a crise não justifica tudo, para nós a vida das pessoas é um bem essencial! Respeitamos muito as mais de 15000 assinaturas que temos em nossa posse e os relatos que diariamente nos chegam! Lutaremos para tirar a nossa população da ante câmara da morte onde este governo as colocou. E não deixaremos de responsabilizar todos aqueles que desrespeitam o artigo 64.º da Constituição da Republica. A senhora sabe e não o diz, que com esta medida está a colocar em causa a segurança das populações. Neste momento as Associações de Bombeiros vêem-se a braços com imensas dificuldades para assegurarem os postos de trabalho nas suas cooperações, logo a função de protecção civil estará posta em causa a curto prazo.
Sinceramente lamentamos a gravidade do seu texto, pensávamos que o representante do Governo, tivesse mais respeito pelo sofrimento das populações do Distrito de Évora! O MUSP vai continuar a lutar, manifestando a sua discordância pela medida tomada pelo Governo e exigir a revogação do despacho.
Não aceitamos que a nossa população esteja condenada a morrer por falta de assistência!

MUSP na Manifestação Nacional de 19 de Março em Lisboa
 

terça-feira, 1 de março de 2011

Concentração/Desfile em Évora - Uma Grande Jornada de luta contra os cortes no Transporte de Doentes

..."A nossa luta não termina hoje aqui, esta concentração deve ser entendida como um ponto mais alto no nosso protesto, além da intensificação da recolha de assinaturas, devemos intensificar as acções nos Concelhos e nas Freguesias exigindo a alteração desta legislação.
Queremos aqui também apelar a que todos se esforcem para levarmos o nosso protesto à manifestação nacional marcada para o dia 19 de Março em Lisboa. Temos todos que lá estar com os nossos panos e as nossas faixas na denúncia desta grave situação que rouba a vida ao nosso povo.
Afirmamos aqui que o MUSP, não vai parar mas sim continuar a lutar contra estas medidas do governo e da ARS do Alentejo e exigir que o referido despacho seja revogado, exigimos que na hora do sofrimento as nossas populações sejam tratadas com dignidade.
O Movimento De Utentes De Saúde Pública, manifesta toda a solidariedade a toda a população do Distrito de Évora, pois NÃO ACEITAMOS QUE A NOSSA POPULAÇÃO ESTEJA CONDENADA A MORRER POR FALTA DE ASSISTÊNCIA!"

Ler intervenção Completa de Sílvia Santos do MUSP aqui

e Moção aprovada aqui