domingo, 28 de outubro de 2012

Concentração em Évora juntou cerca de mil pessoas em luta pelas freguesias, serviços públicos e trabalhadores - A Luta vai continuar!







MOÇÃO
Por um Poder Local Forte ao Serviço das Populações!
Em Defesa das Freguesias e dos Serviços Públicos!
Dizer Não ao roubo dos Salários! Pela criação de emprego!
Olhar para o futuro que os Portugueses têm direito, repondo os valores de Abril!

CONCENTRAÇÃO EM ÉVORA – 27 de Outubro – Praça do Giraldo

O Poder Local Democrático está a ser alvo de um grave atentado tendo consequências, nomeadamente a nível das respostas à população e ao desenvolvimento Local.
Estas consequências são fruto das medidas ofensivas que, nos últimos anos, têm vindo a ser prosseguidas pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS. A ofensiva foi ainda mais reforçada com a assinatura do Memorando da Troika, mas ainda não satisfeitos complementam com o chamado Documento Verde da Reforma Administrativa Local que coloca em causa a autonomia politica, administrativa e financeira do poder local democrático.

A ofensiva contra o Poder Local Democrático e as sucessivas e graves leis que vão sendo anunciadas ao não serem revogadas e suspensas as que estão em vistas de aprovação, violam a constituição da República Portuguesa e a Carta da Autonomia Local, que consagram esta mesma autonomia.
Nos últimos anos, nas nossas freguesias e Municípios, as políticas governamentais conduziram ao encerramento de serviços públicos essenciais à melhoria da qualidade de vida das populações – de ensino, de saúde, de comunicações, de transportes, e, com isso provocando a saída, sobretudo, de jovens em busca de trabalho noutras paragens.
O número de habitantes diminuiu, nalguns casos de forma significativa; a coesão social e territorial foi posta em causa; o envelhecimento acentuou-se. As economias locais regrediram.
Reduzir Freguesias significaria deixar as populações ainda mais isoladas, obrigando-as a longas, demoradas e dispendiosas deslocações; Aumentaria as dificuldades para as economias locais, agravando a já elevada taxa de desemprego; terminaria, em muitos casos, com o único serviço público existente e que concentra atividades diversas, muito para além das competências próprias; agravaria as assimetrias regionais.
Realçamos a importância que a esmagadora maioria das Assembleia Municipais no País, no fundamental assumiram as posições assumidas pela Freguesias, rejeitando a Lei 22/2012, a Lei da liquidação das Freguesias. No Distrito de Évora só a Assembleia Municipal de Vila Viçosa numa votação por maioria não aceitou a proposta da Junta e Assembleia de Freguesia de S. Bartolomeu e votaram pela extinção da Freguesia
Não podemos permitir que encerrem Serviços Públicos que servem diariamente a nossa população! Não podemos deixar encerrar as nossas escolas, permitindo que todas as crianças do nosso Distrito tenham os mesmos direitos, e que possam estudar nas escolas das suas localidades! Localidades essas que, há muito os sucessivos Governos do PS, PSD e CDS, têm vindo a desprover de equipamentos e/ou serviços básicos, levando assim à inevitável desertificação do Alentejo e do Interior do País.
Na área da Saúde a situação no Distrito de Évora é dramática, muitos utentes vêem-lhe ser negado o acesso aos cuidados de saúde. O Governo remete as populações do nosso Distrito ao isolamento, deixando-as sem Serviços Públicos e sem meios de assistência em caso de urgência mas também de prevenção. Os cortes na área da Saúde, não podem ser encarados como uma área em que simplesmente se tem de reduzir custos, devido a isso, alertamos que estes cortes não podem por em risco aspetos essenciais dos Serviços de Saúde prestados aos cidadãos.
Os promotores desta ação têm desenvolvido uma intervenção profundamente marcada na defesa dos direitos da população do nosso Alentejo, passando pela defesa e valorização do Poder Local, pela defesa de um SNS geral universal e gratuito, pelo acesso à escola pública de qualidade, pela defesa dos serviços públicos dizendo não à sua privatização e também na defesa dos trabalhadores que estão a ser alvo de um verdadeiro roubo nos seus direitos laborais e nos seus salários.
Com as políticas de direita e este governo do PSD/CDS-PP é hoje muito evidente o retrocesso social, com mais de um milhão e trezentos mil de portugueses no desemprego em acelerado processo de empobrecimento e muitos milhares empurrados para a pobreza e para um vazio de proteção social.
O Orçamento do Estado para 2013, continua a acentuar estas desigualdades e sofre do mesmo mal, que os anteriores roubar aos pobres para dar aos ricos. Se o Orçamento do Estado para 2013, for aprovado tal como está, vai agravar ainda mais as dificuldades das famílias, dos trabalhadores e do País.
À saga privatizadora do bem público nada escapa, a água, os serviços de água, os recursos vivos aquícolas e as infraestruturas de fins públicos são património comum, que não pode ser alienado, arrendado nem concessionado, sendo ilícita a privação da água e a atribuição de privilégios ou concessão de direitos exclusivos sobre as águas ou serviços de água.
Os serviços de distribuição têm de garantir a universalidade do direito à água e têm de ser de propriedade e gestão públicas, reforçando o investimento na manutenção, modernização e ampliação dos sistemas de água, saneamento e tratamento de águas residuais, melhorando a elevação dos níveis de cobertura e a proteção das nossas águas e aquíferos.
Foi para protestar contra estas questões que os Movimentos de Utentes, as várias estruturas sociais e sindicais, convocaram esta concentração e propõem;

1.º Exigir que as leis já publicadas (Lei dos Compromissos; Lei das Chefias; Lei do Sector Empresarial Local; Programa de Apoio á Economia Local) contra o Poder Local sejam revogadas e as que estão em discussão sejam de imediato suspensas.
2.º Exigir que a Lei da Extinção de Freguesias seja de imediato suspensa. E responsabilizar os Partidos que suportam o governo pelas consequências que venha a ter a aplicação desta lei no plano social.
3.º- Apelamos a todos os órgãos autárquicos das freguesias para recusarem colaborar em todos os atos ou procedimentos administrativos, que eventualmente possam surgir, ligados a qualquer processo de liquidação de freguesias.
4º Responsabilizar o PSD/CDS-PP caso a lei vá por diante, pela não elaboração do recenseamento das novas freguesias. Apelar a todas as Freguesias e às Câmaras Municipais que não colaborem na elaboração do recenseamento eleitoral
5.º - Exigir o fim do encerramento, e a manutenção, dos serviços públicos de proximidade, fundamentais para a vida das populações.
6.º Repudiar junto das entidades competentes, designadamente junto do Governo, da Presidência da Republica e dos Grupos Parlamentares, o mais vivo protesto contra a proposta de Lei do OE para 2013.
7.º Mandatar a comissão organizadora desta concentração, para em conjunto com outras estruturas dinamizar ações de luta que contribuam para parar a ofensiva contra o Poder Local.
8.º Apelar à mobilização dos eleitos autárquicos, dos trabalhadores e das populações, para a Assembleia da República quando for agendada a discussão em Plenário das Petições contra a extinção de freguesias, assim como aquando da discussão dos projetos de lei de revogação da Lei 22/2012.
9.º Apelar a todos que se empenhem na mobilização para a greve geral do próximo dia 14 de Novembro, apelando a todas as Juntas de Freguesia, aos Municípios e outras estruturas de serviço público, contribuam para encerrarem nesse dia, juntando-se aos trabalhadores.

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